sábado, 4 de julho de 2009

Lei polémica


Olá!
Já ouviram com certeza falar na lei polémica que o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, quer aprovar. Este disse que as burkas não são bem-vindas em França e que as mesmas fazem das mulheres prisioneiras.
Em primeiro lugar custa-me a acreditar que mulheres que vivem e cresceram em França decidam usar burkas de livre e espontânea vontade, mas assumindo que sim, vi umas mulheres francesas a serem entrevistadas que afirmavam com muita firmeza e confiança que a burka era uma maneira de se expressarem, que as pessoas se expressam de muitas formas e elas fazem-no através da religião e que a burka é a sua liberdade e que as protege dos olhares dos rapazes.
Por outro lado, também mostraram um representante muçulmano da Argélia e residente em França que dizia que a burka não faz parte da religião muçulmana.
De acordo com o Corão, as mulheres devem cobrir o cabelo e serem modestas, não diz que se têm de cobrir da cabeça aos pés, com uma frechinha para poderem ver, anulando a sua identidade numa indumentária que não permite a alguém de fora distingui-las umas das outras, que até podiam ser homens que não se dava conta.
Há tempos também em França ouve a polémica dos hijabs, isso já me parece um certo ataque no que respeita a religião muçulmana, uma vez que faz parte das tradições, para as mulheres que levam "o cobrir dos cabelos" à letra. Agora as burkas, para quem as usa de forma tão firme e confiante, já me parece um bocadinho fanatismo.
Resumindo, eu acho que usar uma burka, principalmente num país ocidental, como uma escolha livre, uma perfeita estupidez, e não acredito que o islamismo seja isso. Quanto a avançar com uma lei que o proíba já não sei. O tal representante dizia que podia ser uma forma de acabar com esse costume desprezível, e nesse caso era bem-vinda. Há tradições e tradições, e algumas não devem ser perpetuadas. Está o Sarkozy a interferir com a Liberdade destas mulheres, ou a libertá-las apesar de elas não o encararem como tal?
O que é que vocês acham?

3 comentários:

Anjali disse...

i think mr.Sarkozy's view is also extreme.
women should have the liberty to chose.. imposing it is against the basic human right: freedom

i know of many women who prefer wearing the hijab because they don't hv to worry abt wht to wear, one dress is appropriate to go down the market, passing by horny construction workers as well as to go to a 5 star restaurant.

to them it's practical. n believe me, sometimes i wish i'd just wear tht, it makes life much easier!( n it does make sneaking around much easier too :P)

i understand the threat to security tht such dress might impose... so i guess showing the face should be compulsory

however i think a better approach would be to encourage the families to be more liberal.. many times young girls r imposed to wear the hijabs by their orthodox families n tht's where the problem beguins,, because in this case the same basic human right is being infringed too.

all tht said, having the hair covered shouldn't be a problem. it isn't only an islamic tradition, burmese women used to cover their hair too ( google their updo, it;s actually cool)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Howdy, meninas!

Tinha só ouvido falar disto um pouco por alto, mas penso que temos de tentar ver as coisas no contexto sócio-cultural em que estão inseridas.

Estamos a falar de França, um país em que, apesar das pessoas chauvinistas e muito patriotas, há até um historial de receptividade a novas comunidades e culturas.

Claro que se pode argumentar, e com razão, que o pequeno Sarkozy já tem história no que toca a tentar deitar abaixo outras culturas e/ou comunidades. Basta lembrar as palavras que levaram a alguns motins, há algum tempo, nas ruas por toda a França.

No entanto, acho que temos de pensar, principalmente, na situação global actual.
Temos de ver que, se nunca houve uma relação perfeitamente harmoniosa, hoje vive-se uma tensão enorme entre Ocidente e Oriente ou, especialmente, o Médio-Oriente.

As pessoas estão assim a habituar-se a ver com maus olhos vários aspectos da cultura adjacente ao Islão.
Seja como for, o Ocidente vive numa espécie de "alerta", olhando "de lado" para os muçulmanos que se mostrem um pouco mais "expressivos".
Não que seja raiva, ódio ou racismo, mas um sentimento muito mais humano e natural: medo.

Assim sendo, é perfeitamente fácil de entender que haja uma tentativa de proibir uma tradição (seja ela com origem na religião ou não) que leva indivíduos a andarem permanentemente, quando em público, praticamente incógnitos, quase impossíveis de identificar.

Claro que penso que deve ser uma liberdade consagrada a todos, a de nos vestirmos como quisermos e de expressarmos as nossas culturas e, especialmente, as nossas fés.

Mas entendo Sarkozy e o seu governo, tendo em conta o contexto de situação global em que esta decisão se insere. Há uma preocupação redobrada com a segurança e, como a própria Anjali referiu no seu comentário, a burka torna fácil a deslocação incógnita das pessoas, o que, nos tempos que vivemos, pode representar uma ameaça à segurança.

Mais uma vez, claro que concordo com a preservação máxima da liberdade de cada um, mas entendo que, neste momento, uma ameaça como a que é provocada por pessoas andarem nas ruas sem possível identificação, pode ser vista como um atentado à liberdade dos outros.
E todos devemos concordar que a liberdade de um acaba onde começa a liberdade do outro.

Há ainda que dar uns "vivas" a Sarkozy por ter avançado sem medo para uma proposta de lei que vai contra uma tradição, seja ela qual for.
Não por ser a tradição que é, nem por estar associada à religião islâmica. Mas principalmente por não ter problemas em ir contra uma tradição quando tal se mostra necessário. Mostrando assim que não é por isso que a identidade cultural do povo em questão vai ser comprometida.

Digo isto numa altura em que continuamos, internamente, numa guerra "anti-touradas", sem que haja coragem para se avançar para uma lei proibitiva, por causa do argumento da "tradição".
Neste aspecto, devo então dizer:
"Sócrates, amigo, põe os olhos no Sarkozy, e manda as touradas à m**** mais o pobre argumento da 'tradição'!"

Acho que temos um bom Primeiro-Ministro, e que poderá resolver pelo melhor assuntos como estes, sem os complexos das "tradições".

Fiquem bem, meninas!... E portem-se mal!
Peace ;p