terça-feira, 23 de setembro de 2008

Raptos parentais

Acabei de ler um livro sobre o assunto, escrito pela dinamarquesa Helle Amin, denominado "Reunited in the Desert". Não é a primeira vez que ouço falar sobre o assunto nem tão pouco é a primeira vez que leio sobre o tema, mas não sei se muitas pessoas terão noção da frequência com que estes casos acontecem ou de como continuam a aumentar.
Por vezes, quando por alguma razão, quer seja de divergências culturais, religiosas ou simplesmente porque o casamento terminou, um dos progenitores decide levar os filhos para o seu país de origem de modo a conservar a custódia dos mesmos sem ter de se sujeitar a um processo legal, ao mesmo tempo que impede que os pais deixados para trás voltem a ter algum contacto com as crianças.
Segundo o livro, os raptos dividem-se em duas situações, os que foram raptados para países abrangidos pela Convenção de Haia, de 1980 e os raptados para outros países não membros. A Convenção prevê o regresso da criança ao seu país de residência para que esse país possa determinar quais os melhores interesses da criança. Nesta situação, deverá-se proceder com rapidez, pois passado um ano, a criança pode ser considerada já integrada no país de acolhimento.
Se por um lado é possível a pais deixados para trás recuperar os filhos nesta primeira situação, no segundo caso é extremamente difícil e por vezes praticamente impossível. O pai ou mãe em questão dever-se-ão deslocar ao país para que o filho foi raptado e enfrentar um sistema judicial estrangeiro para conseguir a custódia do filho.

Voltando ao livro, vou transcrever uma passagem do mesmo, que acho que o resume:
"O cenário é vulgar nos tempos que correm: um homem árabe que vive no Ocidente, muitas vezes não praticando a sua fé, casa-se e tem filhos. Quando as coisas começam a correr mal, volta para o seu país de origem, levando consigo as crianças. Apesar de não ser muçulmando devoto, usa agora a protecção que o seu país natal oferece e assegura-se de que todos os elos de ligação entre as crianças e a mãe sejam cortados. Sim, ele pode fazê-lo, e é muito mais frequente do que imaginam.
No meu caso, durante todo o tempo que durou o meu casamento, nunca vi o meu marido rezar nem ir à mesquita. Nunca o vi misturar-se com outros sauditas nem com outros muçulmanos. "T" viveu de acordo com os valores ocidentais entre os oito e os quarenta e oito anos de idade, com uma pequena interrupção durante o breve tempo que trabalhou na Arábia Saudita. Quando nos casámos jurou-me que aquilo era tão horrível que não queria voltar para lá nunca mais.
As pessoas costumam dizer-me: "Helle, devias ter percebido aquilo em que te estavas a meter. Casando-te com um saudita corrias sempre o risco disto acontecer, não achas?"
A minha resposta é que não tinha modo de saber o que iria acontecer. "T" vivera em Inglaterra, dissera-me que tencionava continuar a ter um estilo de vida ocidental e, na verdade, tudo apontava para isso.
Também desprezava a sua religião, por isso o islamismo nunca esteve presente nas nossas vidas. Com efeito, o meu marido explorava com grande interesse todas as outras religiões, tanto que nenhum estranho teria podido prever na altura a desgraça que me aguardava".

Esta senhora teve uma sorte tremenda em recuperar os filhos e existem milhares de outras histórias de pais por todo o mundo na eterna busca dos filhos, numa missão praticamente impossível. Por outro lado é também de salientar trauma das crianças raptadas por um dos pais, e muitas vezes também o choque cultural que sofrem.
Muitas vezes os pais gastam fortunas de uma vida para tentar recuperar os filhos, e frequentemente sem sucesso.
Esta publicação faz especial incidência a raptos para países muçulmanos, primeiro porque era o caso do livro e segundo porque também são os mais graves, uma vez que estrangeiros, ocidentais, não muçulmanos e ainda por cima mulheres não têm estatuto absolutamente nenhum face aos nacionais na maioria desses países. No entanto raptos parentais acontecem em todo lado, como por exemplo dentro da Europa, e não deixam de ser menos graves ou importantes por isso.

Ligações importantes:
http://www.reunite.org/
http://www.ldif.asso.fr/
http://www.offsol.demon.co.uk/
http://www.hcch.net/

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Queen Rania

Há dois meses atrás quando andava a navegar pela internet o nome "Queen Rania" apareceu no meu ecrã e decidi investigar mais sobre ela, hoje no YouTube voltei a ver um vídeo dela e resolvi escrever um pouco sobre ela aqui no blogue.

Rania al-Abdullah é a rainha da Jordânia. Ela nasceu na palestina e mais tarde foi para o Kuwait, devido à invasão do Kuwait pelo Iraque, Rania e a sua família tiveram de ir viver para a Jordânia.
Em 1993 conheceu o príncipe Abdullah II bin al-Hussein, filho do rei Hussein e casaram no mesmo ano.
Duas semanas antes de morrer, o rei Hussein destitui o irmão de Abdullah do título herdeiro e então Abdullah foi coroado rei da Jordânia e Rania como rainha.

Aqui ficou um pequeno resumo da vida de Rania, mas o mais fascinante nela é o trabalho que desenvolve junto das crianças e mulheres pobres da Jordânia, através de várias instituições e o falar abertamente das mulheres árabes quebrando muitos estereótipos...

Fica aqui o link para a página oficial dela:
http://www.queenrania.jo/

e dois vídeos da sua conta no youtube (sendo um deles musical)





Nota: Os dados foram tirados da wikipédia.

sábado, 13 de setembro de 2008

Laaga Chunari Mein Daag


Ou "Journey of a woman" é um filme de 2007, realizado por Pradeep Sarkar com Rani Mukherjee, Konkona Sen Sharma, Kunal Kapoor, Jaya Bahduri Bachchand e Abhishek Bachchand nos principais papéis.
Eu aho que este é um dos melhores filmes que eu já vi. Também é verdade que acho que nunca chorei tanto num filme, mas é realmente muito bom, põe-nos a pensar, a não julgarmos tanto os outros.
As interpertações dos actores são muito boas, bem como a realização. Eu sinceramente não entendo como é que este filme têm sido tão criticado negativamente, tal como não entendo como é que não foi nomeado para mais de um Filmfare Award.
Não vos vou adiantar nada da história, porque, pelo menos eu, aprecio sempre mais os filmes quando não a sei, no entanto deixo-vos dois vídeos, se quiserem espreitar;)
Se o virem o filme depois digam-me o que acharam.
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