domingo, 27 de abril de 2008

Dubai

Já fomos ao Dubai ter com a Anjali há um mês e a viagem ainda não teve direito a um cantinho no nosso blogue, não pode ser!
Coisas à turista:
Fizemos um safari no deserto com o nosso querido "Tony" :) que incluiu um banho num oásis, visitas a lojas árabes perdidas no deserto e a antigos fortes, tatuagens henna, dança do ventre, sandboard, jantar árabe, chicha para quem quisesse, subir e descer as dunas com direito a um ataque de pânico por parte da minha tia e, é claro, uma viagem num camelo! E já me esquecia, até atravessamos o Omã!
Fomos a Abu Dabhi (a capital), onde havia uma mesquita com escadas rolantes, muito à frente! Fomos às Emirates' Towers, a uma data de centros comerciais, ao hotel mais lindo do mundo (na minha opinião claro) o Madinat Jumeirah, o mais alto e único de 7 estrelas, o Burj Al Arab (tomar o pequeno almoço, anticipar aniversários e fingirmo-nos de hóspedes, o nos permitiu fazer algumas coisas que não era suposto), ao mercado Iraniano, ao mercado do ouro e até fomos à neve!
Notas sobre o Dubai:
paga-se para ir à praia;
tudo o que termina em mundo, melhor do mundo , mais alto do mundo, único no mundo, maior do mundo, está no Dubai, ou se não está é apenas um questão de tempo;
transportes públicos, só vale o táxi, mas em breve haverá metro;
a planificação urbana tem sido um bocado deixada de lado, com a expansão crescente da cidade;
as mulheres árabes andam de preto e os homens de branco;
a algumas mulheres árabes vê-se a cara, outras só os olhos, outras nada;
quase tudo se regateia, a não ser as coisas que têm preços fixos no grandes centros comerciais;
é uma cidade de exentricidades;
tem provavelmente a maior taxa de centros comerciais e hotéis por km2;
o mercado do ouro são km de ruas que não acabam com ourivesarias umas a seguir à outras, completamente recheadas;
o ouro é a metade do preço daqui;
as coisas em geral são mais baratas lá porque não há imposto (Pcs, máquinas fotográfias, de filmar, ipodes, roupas, etc);
a água, a habitação e a educação são mais caras lá;
senti mais a diferença de pressão a subir e a descer os elevadores do arranha-ceús do que nos aviões;
mal olham para a nossa cara, aumentam os preços;
lá não roubam, pelo menos não como cá, pareceu-em haver muita confiança;
as palmeiras (ilhas artificiais) são privadas, não se
pode lá entrar;
está tudo traduzido para inglês, inclusivé as indicações das estradas;
os números árabes não são iguais ao nossos;
a Sheikh Zayed Road é o equivalente à nossa 2ª circular, excepto que nós não temos arranha-ceús ao longo da estrada;
dá para andarem lá 3 miúdas sózinhas à noite a passear junto à Creek sem problemas nenhuns;
a moeda é o dirham, 1 euro -5,58 dirhams;
lá anoitece mais cedo e são 4 horas mais tarde;
surpreedentemente há quem consiga regatear em português com eles e fazer com que eles desçam o preço (como a minha tia);
dias em que as praias são exclusivas das mulheres;
segundo a Anjali, pelo menos em relação a uma zona que eram só lojas de roupa indiana, era a Índia, mas limpa;
apesar de estar preparada mentalmente, sofri um grande choque cultural e gastronómico;

já tenho saudades!

Anjali e Caroline sintam-se à vontade para acrescentar ou alterar qualquer coisa. Anjali se quisesses acrescentar as fotos da Marina ou do Madinat Juneirah, acrescenta (que eu não tenho e para mim são os sítios mais lindos do Dubai:) )


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Diferenças culturais

Ontem estive a ver um documentário da National Geographic que dava uma perspectiva muito interessante sobre uma etnia indígena na Amazónia e que me levou a reflectir mais uma vez sobre as diferenças culturais e de mentalidades. Os índios que o documentário mostrava eram os T-zoey ou qualquer coisa parecida, não consegui encontrar na net. São um povo semi-nómada com um estilo de vida muito diferente e interessante. Caracterizam-se por um corte abaixo do lábio, feito num ritual de iniciação, onde usam uma espécie de madeira como adorno e as mulheres para além disso usam também umas penas (tipo bandolete). Estes índios não usam qualquer tipo de roupa.
No que toca ao casamento, cada mulher ou homem pode ter até 6 maridos/esposas. Podem inclusivé partilhar a mulher ou o marido com outra pessoa nos casos em que haja por exemplo uma atracção mútua entre a mulher e outro homem que não seja o marido, durante x tempo em troca de ajuda nas suas plantações de mandioca entre outras. Também é possível uma mulher mais velha ter alguns maridos extra durante algum tempo para os ensinar a ser bons maridos em troca de ajuda nas plantações e caça. Posteriormente esses maridos podem ser prometidos a algumas das filhas mais velhas depois da aprendizagem estar terminada. Dessa forma a família mantem-se unida, uma vez que este povo desloca-se em famílias tendo percursos definidos pela Amazónia que se repetem a cada ano. Era salientado que os ciúmes são extremamente raros entre os indivíduos deste povo.
Esta mentalidade para mim é bastante interessante, não há discriminação sexual, as mulheres podem ter tantos cônjugues como os homens, não há crimes passionais nem ciúmes, problemas sociais, criminalidade organizada, não poluem, encontram tudo o que precisam na natureza, é o equilíbrio perfeito, não?
Eu que estava um bocado presa à ideia que somos muito liberais e mentalidade muito aberta, democracia e igualdade de direitos para os cidadãos, que a organização da nossa sociedade apesar dos seus defeitos era a melhor que existia no mundo, agora estou a ver que não; não que eu tenha intenção de me mudar para a Amazónia e fazer um corte abaixo do lábio e ter 6 maridos, já estou muito moldada à imagem da nossa sociedade, mas acho que em termos de harmonia e equilíbrio entre indivíduos e com a natureza, este povo ganha-nos de longe.
E se eu considero que os árabes são muito fechados por andarem vestidos daquela maneira, principalmente as mulheres, não podendo nalguns países árabes os ocidentais andarem vestidos "normalmente", o que é que estes índios diriam da nossa mentalidade quando fossem obrigados a vestir-se como nós ou serem presos por atentado ao pudor e à ordem pública quando aparecessem nús nas ruas dos países ocidentais, ou então condenados por poligamia, criminal e socialmente? Afinal quem é que tem metalidade aberta e quem é que é mais liberal? Pois é...

domingo, 6 de abril de 2008

Imaginando que podiam escolher

Se Deus vos disesse que podiam escolher o país ou cidade em que tinham nascido e que podiam escolher a vossa nacionalidade e o vosso sexo, o que é que escolheriam?
Eu queria pertencer ao mundo ocidental, de preferência à Europa, e como no sul o tempo é melhor e eu gosto de viver em capitais, escolhia Lisboa ou Roma; como sou de Lisboa, não estou nada mal! Em relação ao sexo escolhia o feminino embora reconheça que os homens tenham muitas vantagens, nomeadamente físicas e também menos preconceitos e ausência de anústias na luta pela igualdade de sexos; então no mundo Oriental, ser homem compensa e muito, coitadas das árabes e não só! Faz cá uma impressão a forma como as árabes se vestem, todas de preto e as burcas, ughr, de as ver assim, fico com medo dos árabes, porque se não houvesse segregação de sexos e sim mais liberdade e educação não absurdamente religiosa, de certeza que elas não escolhiam andar assim vestidas nem se deixavam subjulgar aos homens. Também são as mulheres que sofrem mais com os casamentos arranjados/combinados, que é uma coisa que me mete imenso nojo, como é que isto ainda pode existir?!