Recentemente estive a ver o debate sobre o Estado da Nação na Assembleia da Republica. Não, não vou falar sobre o caso do ministro Manuel Pinho mas queria apenas sim explicar porque fiz este post.
O ministro das Finanças Teixeira dos Santos no seu discurso final resolveu enunciar o livro "Mensagem" de Fernando Pessoa e mais concretamente "O Monstrengo". Enunciou o poema referindo-se aos seus adversarios como o Monstrengo e ao seu Governo como o Homem do Leme.
Este está longe de ser um post sobre política e concordando ou não com esta comparação gostei de como ele falou nos nossos adversarios como o Monstrengo que nos atormenta e que devemos ser sempre o Homem do Leme e lutar pelas nossas conquistas, pelos nossos objectivos independentemente do que temos a lutar contra nós.
Fica aqui então o poema do Fernando Pessoa:
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
by Fernando Pessoa in Mensagem
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1 comentário:
oh i love his poems! :)
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