domingo, 3 de maio de 2009

Uma viagem, vários destinos - capítulo V

-"Kiko, tens noção das horas? Estamos atrasadíssimos!"
-"Eu sei, eu sei! Desculpa!" - respondeu enquanto acabava de meter a mala da Alice na bagageira do táxi e se sentavam os dois no seu interior.
Fizeram o check-in e dirigiram-se apressadamente para a sala de embarque. Quando ainda estavam na zona "Free-shop" ouviram uma voz feminina:
-"Última chamada, voo 746 de Lisboa para Luxemburgo, porta 10!" - que voltou a repetir o anúncio.
Olharam um para o outro de olhos arregalados. O Kiko agarrou na mão da amiga e correram a toda a velocidade em direcção à porta de embarque.
A funcionária disse para se apressarem que o autocarro que iria levar os últimos passageiros estava prestes a sair.
Desceram as escadas apressadamente, o autocarro já tinha fechado as portas e estava arrancar.
Quando os avistou, o motorista travou e abriu as portas de trás. O Francisco entrou primeiro e ainda de mãos dadas com a amiga, puxou a Alice para junto de si. Assim que a Alice entrou, o motorista fechou a porta e arrancou. O impulso projetou a Alice, que ainda não tivera tempo para se agarrar, contra o Kiko, ficando os seus rostos a centímetros de distância, situação que parecia vir-se a repetir com frequência nos últimos meses, pensou Francisco.
A respiração de ambos estava acelerada. A Alice não sabia dizer se era exclusivamente da corrida ou da proximidade. Com a adrenalina a percorrer o seu corpo, o impulso de o beijar era forte, mas o medo e o nervosismo de não ser correspondida apoderaram-se de si contra a sua vontade, que involuntariamente começou a rir, precisamente no momento em que o Kiko tinha ganho coragem para lhe mostrar o que verdadeiramente sentia por ela, para além da amizade que os unia.
O Francisco começou a rir-se também. A mão que segurava a cintura de Alice aliviou a pressão e esta, que tinha ambas as mãos no peito do amigo, afastou-se um pouco e segurou o poste do autocarro. O ambiente ficou mais leve.
Entraram no avião e quando se dirigiam para os seus lugares avistaram os amigos, que lhes acenaram e apontaram para o relógio abanando a cabeça. A Alice apontou para o Kiko que se riu e encolheu os ombros.
Sentados junto a uma das janelas do lado direito do avião, a conversa entre os dois amigos era escassa e a tensão e energia que os envolvia tinha voltado aumentar.
Aquele impasse entre os dois era bastante incomodativo, ambos inibidos de dar o primeiro passo, inseguros apesar do instinto lhes dizer o contrário. Para se libertar momentaneamente daquela tensão, a Alice levantou-se dizendo que ia à casa-de-banho.
O Francisco ficou a vê-la, enquanto ela esperava que alguma ficasse livre.
Encostada à parede e embrenhada nos seus pensamentos sentiu umas mão envolverem a sua cintura e virou-se, tendo apenas tempo de vislumbrar a cara do Francisco, antes de sentir a mão deste apoiar-lhe o rosto, fechar os olhos e sentir a pressão dos seus lábios, contra os seus.
Envolvidos num beijo profundo, há muito desejado e reprimido, todas as suas inseguranças e inibições se perderam. Naquele momento, a 9000 metros de altitude, apenas os dois existiam. Sentiram a porta da casa-de-banho abrir-se e a pessoa que lá estava sair.
Conduzida por Kiko, desapareceram os dois para o seu interior, ignorando o mundo exterior.
Boquiaberta, a Carla dirigiu-se ao lugar da Teresa e do Zack.
-"Não vão acreditar no que é que eu acabei de ver ao sair da casa-de-banho!" - disse entusiasmada.

2 comentários:

maria disse...

Oi! Plagiando a yo k acho k concorda cmg ALELUIA! Finalmente saiu o beijo! Adorei e espero o proximo com bastante curiosidade.
A partir de agr isto vai aquecer,loooool.
Keep writing!!!
kisses

Caroline disse...

Está muito gira, Morgaine!!
E plagiando a Maria que tinha plagiado a Yo lol ALELUIA!