Olá, olá people!
Sei que isto tem andado muito parado no último mês, mas isto de agora ter exames no final das aulas que se extendem para dentro do Verão parece ser uma moda que veio para ficar, visto que se tem repetido nos últimos três anos e não há prespectivas para o seu fim, nos próximos, cinco, seis, sete anos, mais ainda??!
Mas isso agora não interessa, porque há uma semana que estou de férias, yeieieieieieiei!!!!!!!!!!!!!!!!! Muito merecidas!!!!!!!!!!!!
Mudando de assunto, nesta última semana li um livro muito interessante, que acho que toda a gente devia ler, chama-se "O Preço da Liberdade", ou "Camelia" no seu título original. É uma autobiografia de uma jornalista reformista iraniana chamada Camelia Entekhabifard, que retrata a evolução do seu país desde a fuga do Xá e a implementação da República Islâmica quando ainda era uma criança até aos dias de hoje, e todas as transformações que a sociedade foi experimentando. É um livro imparcial, dentro do possível claro, que acredito fazer um retrato fiel e verídico da realidade do Irão.
Num momento em que a imprensa ocidental ataca o Irão no que toca ao seu programa nuclear, em que surgem sites, blogues, vídeos no youtube, etc a defender este país, dando uma imagem harmoniosa e equilibrada de um país moderno, deturpada pelos interesses dos Estados Unidos da América na opinião pública ocidental, considero ser essencial cada um formar a sua própria opinião. Deixo-vos aqui uma pequeno resumo do livro que tirei da net e que é uma versão mais curta do que está no livro:
"Jornalista ousada, Camelia usava o seu talento para cobrir a actualidade do Irão pós-revolucionário nos jornais reformistas do país. A coragem com que sempre desempenhara um papel activo na vida cultural de uma nação tomada de assalto pelo extremismo religioso granjeou-lhe inimigos e conduziu-a à prisão. Em Towhid, a violência física e psicológica a que é sujeita coloca-a face a uma terrível decisão: para sobreviver, terá de se entregar ao chefe dos seus brutais interrogadores. Uma relação perigosa e humilhante, durante a qual Camelia se vê obrigada a trair os amigos e a família, a servir o governo iraniano e a ceder a todos os caprichos de um homem dissoluto e poderoso."
Agora gostava de fazer aqui um balanço da indumentária islâmica que se mistura com a cultura popular de muitos países árabes. Neste livro falava-se muito do hijab e do chador que são mais típicos do Irão. No hijab a cara está a descoberto, mas o cabelo deve estar totalmente coberto/invisível. Eu nunca andaria com aquilo todos os dias, mas por acaso o hijab até é engraçado. No entanto penso que as pessoas devem ter liberdade de escolha, ou seja defendo uma não proibição em França por exemplo, mas também uma não obrigatoriedade no Irão ou noutros países árabes. O chador já só deixa ver os olhos, e a burka, eu acho horripilante, não deixa ver nada, as mulheres que usam aquilo devem morrer de calor no Verão e a visibilidade deve ser mínima. Deixo-vos agora umas ilustrações do que referi e um dos típicos e utópicos vídeos defensores do Irão:
Eu acho que este vídeo dá uma imagem de um Irão bonitinho, moderno e inocente mas a realidade é muito diferente e a repressão existe e não é pouca e o livro que eu vos sugiro mostra isso bastante bem e quem acredita no contrário, na minha opinião, só mostra ingenuidade. Só o facto do Primeiro-Ministro iraniano executar os homosexuais e declarar publicamente que estes não existem no seu país como na existem na Europa ou dizer que o Holocausto é um mito, já é bastante revelador.
Agora claro que isso não legitimiza uma invasão por parte de qualquer país e acho que a desculpa dos E.U.A. às vezes utilizam para invasões de luta pela defesa dos valores da democracia, é realmente uma bela desculpa para justificar os seus interesses particulares. Como disse uma vez o Lion, as mudanças têm de vir de dentro e não impostas por uma nação estrangeira, ou como alguém disse no filme "Gandhi", um povo prefere ter um Governo nacional com problemas do que ter um Governo estável estrangeiro e imposto.
Espero que leiam o livro, que gostem, e depois digam qualquer coisa, comentem!
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